Descaso do governo do Maranhão: Falta de medicamento para tratamento de câncer prejudica pacientes no estado

28/11/2022

Um deles está em falta há mais de seis meses e o governo do Maranhão não garante a entrega nos próximos dias.

Medicamentos estão em falta no Hospital do Câncer, em São Luís — Foto: Reprodução/TV Mirante
Medicamentos estão em falta no Hospital do Câncer, em São Luís — Foto: Reprodução/TV Mirante

Pacientes estão reclamando que medicamentos para o tratamento do câncer estão em falta no Maranhão e o motivo não é esclarecido pelo governo.

Uma das pessoas prejudicadas é Catarina Melo, administradora, que conta a dificuldade em conviver com as incertezas sobre o tratamento da mãe, que tem câncer de mama. Segundo ela, um dos dos medicamentos está em falta no Hospital do Câncer, em São Luís.

"Ela [mãe] precisa tomar esse medicamento a cada 21 dias e são dois bloqueadores contra o câncer que ela toma na quimioterapia, que é o Herceptin e o Perjeta. O Perjeta está em falta no Estado há mais de seis meses. O câncer não espera. Não tem como esperar", conta Catarina.

A família até chegou a comprar três doses do remédio, mas os custos pesaram no bolso. São R$ 21 mil a unidade. Por ter interrompido o tratamento durante três meses, a doença avançou. A família de Catarina até já acionou a Justiça para garantir a quimioterapia na rede pública, mas não houve resultado.

Além da mãe da Catarina, outras mulheres também estão com tratamento comprometido pela falta do medicamento e estudos mostram a falta do uso do Herceptin com o Perjeta reduz em até 17 meses a expectativa de vida dos pacientes com câncer de mama metastático.

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) afirma que, para o ano que vem, a estimativa é de mais 1060 novos casos de câncer de mama só no Maranhão.

Medicamentos estão em falta no Hospital do Câncer, em São Luís - Foto: Reprodução/TV Mirante

Medicamentos estão em falta no Hospital do Câncer, em São Luís - Foto: Reprodução/TV Mirante

A médica oncologista Rachel Cosseti, que trabalha no Hospital Aldenora Belo, diz que por lá também há falta de medicamento que deveriam ser fornecido pelo Sistema Único de Saúde, via Secretaria de Estado da Saúde.

"A medicação de alto custo que vem do Ministério da Saúde acaba sendo repassada direto pela Secretaria de Saúde do Estado. Em geral, a gente recebe essa medicação com uma logística que costuma funcionar de forma regular, mas, em alguns momentos, às vezes uma vez no ano, às vezes duas vezes no ano, acaba havendo falhas e que nós que estamos na ponta, na frente do paciente, não temos tanta informação de onde houve a falha, se foi no envio do Ministério da Saúde, se é algo relativo a distribuição quando a medicação chega aqui. A gente aguarda e espera que logo essa logística seja reajustada e que a gente possa ter a medicação disponível para os nossos pacientes", contou a oncologista.

A Secretaria de Saúde do Maranhão disse que o Herceptin está disponível e que as doses já foram encaminhadas às unidades de oncologia, mas que o remédio Perjeta ainda está em falta. A previsão é de que o Ministério da Saúde faça o repasse da medicação na primeira quinzena de dezembro. Até lá, quem precisa do remédio vai ter que esperar.

Fonte: G 1 Maranhão